O Movimento Fé e Luz é um movimento de leigos, fundado por Jean Vanier (fundador da “Arche”) e Marie Hélène Mathieu (Educadora especializada em trabalho com pessoas com deficiência) nas últimas décadas do séc. XX. O Fé e Luz constituiu-se em torno da constatação do isolamento social e eclesial das famílias com filhos com deficiência mental. A sua ação aborda a pessoa fraca, com deficiência, doente, moribunda, sem abrigo, enquanto possibilidade de transformação da vida de quem se aproxima deles. A ideia do Movimento começou com a situação dolorosa de uma família francesa com dois filhos, com uma deficiência grave, que desejava fazer uma peregrinação a Lourdes. Tendo sido impedida de participar na peregrinação diocesana, fizeram-na isoladamente, e assim nasceu a ideia de criar uma peregrinação a Lourdes para famílias com pessoas com deficiência mental. Durante três anos pequenas comunidades organizam-se e preparam o grande acontecimento que vem a ser a Peregrinação Internacional a Lourdes em 1971. O Movimento tem por base as comunidades com uma dimensão média de 30 pessoas, constituídas por pessoas com deficiência mental, seus pais, irmãos e amigos, especialmente jovens, que realizam um encontro mensal. É preocupação do Movimento que todas as comunidades estejam integradas nas paróquias para que se possa fomentar a integração das pessoas com uma deficiência mental nos seus contextos naturais e, em especial, na Igreja. Em Portugal o Movimento está reconhecido nas Dioceses de Lisboa, Porto, Évora e Bragança, sendo o seu Bispo de referência D. Carlos Azevedo.
Foi já no ano pastoral 2008-2009 que, na nossa Comunidade Paroquial, se deram os primeiros passos tendentes à formação de uma Comunidade Fé e Luz: no dia 3 de Outubro de 2008, a Vice Coordenadora Provincial do Movimento e a Mãe de um amigo especial da Comunidade Fé e Luz da Senhora da Conceição (Porto), estiveram connosco num encontro muitíssimo participado. Como ficou atrás clarificado, Fé e Luz é um Movimento que visa a integração da pessoa com deficiência mental na Igreja podendo, nesse sentido, ser lido como uma resposta da e na Comunidade para o acolhimento do deficiente, particularmente do deficiente mental. Cremos oportuno sublinhar que a necessidade e a urgência de abordar esta integração tiveram origem, sobretudo, no ambiente da Catequese (também nos Escuteiros), onde a presença dos amigos especiais exige respostas adequadas, isto é, especiais. Notamos pois que «Para qualquer comunidade cristã, os deficientes físicos e mentais, os que sofrem, e entre estes sobretudo as crianças, são objeto de um amor de predileção da parte do Senhor». DGC 189