Capela de Santa Catarina – A capela de Santa Catarina é um dos mais singelos templos de Vila do Conde. E no entanto, é um dos mais antigos templos da Paróquia de S. João Baptista. Foi construída, provavelmente, nos finais do século XV. A primeira referência a este edifício religioso data de 1518, do Tombo Verde do Mosteiro de Santa Clara. Não se consegue ainda compreender, por falta de fontes, o contexto sócio económico em que se mandou erigir e se desenvolveu o culto a Santa Catarina. Na página oficial do IGESPAR, no que concerne à capela, é referida uma deliberação municipal, datada de 1578, que determinava desafogar o edifício o que nos permite, pelo menos, supor que existiam casas em redor da capela.
Existe nela também um púlpito, com base granítica e balaustrada de madeira. Na capela mor sobressai um retábulo em talha dourada, de 1743 (a data está pintada no interior do sacrário), e o mesmo possui trono, provavelmente eucarístico, uma vez que existe na sacristia uma tela pintada com a imagem de Santa Catarina com as dimensões do retábulo e que serviria para esconder o trono em dias que não fossem destinadas à Adoração Eucarística. Possui sacristia anexa à parte norte do edifício. De relevo que junto ao retábulo mor está a imagem de Santa Luzia, que veio para esta capela trazida de uma outra que foi demolida no largo de Santa Luzia. Este retábulo necessita de urgentes obras de consolidação.
Proteção: Classificado como IIP – Imóvel de Interesse Público – Decreto n.º 28/82, DR n.º 47, de 26-02-1982
Abertura: O Centro Paroquial possui as chaves da mesma; Festas Litúrgicas: Santa Catarina (25 de Novembro); Santa Luzia (13 de Dezembro).
Provavelmente seriam de uma aldeia de pescadores. O local elevado onde se situa a capela parece ser perfeito para assentar arraiais. E demonstra prudência, uma vez que era de evitar a linha costeira face à insegurança provocada pela pirataria, que, naquela época grassava nas nossas terras, arrebatando os bens e homens e mulheres como cativos. Santa Catarina é invocada, em muitos lugares (como em Portimão, por exemplo no forte de Ribamar), como padroeira dos navegadores e de todos os que habitam os litorais. Esta pode ser uma explicação para que, no lugar das Areias (hoje de Santa Catarina) se tenha edificado esta capela. No seu alpendre passava as tardes o poeta Antero de Quental (que, quando viveu em Vila do Conde, entre 1881 e 1891, habitou numa moradia bem próxima, na Praça Velha), vislumbrando dali o mar que, provavelmente, lhe lembrava a sua longínqua ilha de S. Miguel. Relativamente à arquitetura, trata-se de um exemplar tardio-medieval Salientamos o singelo pórtico de arco quebrado. A fachada é encimada por uma pequena sineira de arco único. A parte exterior é prolongada por alpendre, atualmente encerrado por questões de segurança. Quanto ao interior, trata-se de um edifício de planta longitudinal associando a única nave à capela-mor, separadas por arco de volta perfeita. Na nave encontram-se dois retábulos em estilo neoclássico: o do lado da epístola seria, provavelmente, o retábulo destinada à patrona da capela (hoje está instalada a imagem de Nossa Senhora da Piedade) e o da direita é claramente de Santo António, que nesta capela tem a invocação de “Santo António dos Esquecidos”.