Capela de Nossa Senhora da Guia – Situada no extremo sudoeste da nossa Paróquia, a Capela de Nossa Senhora da Guia é também um cartão de visitas para quem entra pela barra do rio Ave. A ela rezam os pescadores do norte e a sua presença mesmo na foz do rio serve de amparo na passagem desta barreira natural. É o edifício mais antigo da nossa Paróquia. Há referências a eles no inventário do Mosteiro de Guiamrães, datado do século XI (1054). Pela sua posição estratégica junto à foz do Ave, e em virtude da plataforma que a cerca, tem-se por tradição considerar que esta teria sido a primitiva forma de defesa do estuário do Ave. No inventário do Mosteiro de Guimarães, e segundo Mons.
José Augusto Ferreira pode ler-se no documento de “Et intus in maré Heremita Sancti Juliani Martyris”, o que sugere que a capela era dedicada ao mártir S. Julião, padroeiro dos defensores das barras portuárias. Facto curioso, e explicado pela confusão administrativa medieval, que a jurisdição da capela pertencia ao Abade de Navais, por ser esta paróquia da apresentação das clarissas de Vila do Conde. A devoção a S. Julião terá sido substituída por Nossa Senhora da Guia ou das Candeias, cuja festa litúrgica se celebra a 2 de Fevereiro (Purificação de Nossa Senhora). Relativamente à arquitectura, esta é, segundo as informações recolhidas no site do IGESPAR, em texto de Rosário Carvalho, “este é um edifício do século XVII, Se as fachadas exteriores não apresentam elementos dignos de nota, o interior surpreende pela profusão de azulejos, talha e pintura, definindo um espaço claramente barroco.” O tecto coberto por caixotões que representa a ladainha do rosário e episódios bíblicos. Do Evangelho encontra-se um púlpito com balaustrada de madeira. O arco triunfal, com duas colunas e arco de volta perfeita, integra-se numa composição de talha dourada sobre fundo branco, cujo0 conjunto engloba os altares colaterais.
Na capela-mor, o retábulo apresenta as mesmas tonalidades, mas é mais tardio, pois a sua linguagem depurada aproxima-se já do neoclássico. A capela foi alvo de restauros em 1940, colocando-se no cimo da escadaria o cruzeiro do centenário. Facto curioso ligado à capela e sua confraria foi o facto de o Rei D. Luís e a Rainha D. Maria Pia terem visitado a vila em Setembro de 1887, e em cortejo foram até à capela de Nossa Senhora da Guia e visitaram a capela, como outrora os nobres fundadores do Mosteiro de Santa Clara, D. Afonso Sanches e D. Teresa Martins, tinham feito do templo seu oratório.
Dia da Festa: 2 de Fevereiro (Festa da Apresentação do Senhor no Templo/ Purificação de Nossa Senhora); Procissão Solene: último Domingo de Janeiro; Abertura: a capela mantém-se aberta diariamente – é responsável a Confraria de Nossa Senhora da Guia e S. Julião; Classificação: Imóvel de Interesse Público – Decreto n.º 28/82, DR n.º 47, de 26-02-1982.